Mais uma edição do Parangolé da Cultura na Universidade aconteceu no último dia 29.
Dessa vez, o foco foi nos encontros e diferenças entre extensão e atividades culturais e nossos convidados foram Ivana Bentes, Pró-reitora de Extensão da UFRJ; Maria Dias, produtora cultural da UFRJ; Sandra Becker, coordenadora de extensão do CCJE; Professor Felipe Addor, Diretor do NIDES – CT; Pedro Bicalho, coordenador de extensão do CFCH; Maria Clara Martins, coordenadora de extensão do CLA; Silvia Lorenz Martins, coordenadora de extensão do CCMN e Aline Posch representando o CCS. Ao final da conversa houve apresentação do Grupo Moitará.
A universidade, de modo geral, ainda considera de forma diferente as bases da produção de conhecimento na universidade ou o tripé acadêmico, composto pela extensão – ensino – pesquisa. A extensão é um “pé” ainda novo dentro da UFRJ, ela contribui para que estudantes observem o impacto social de algumas ações universitárias e promove conexão interdisciplinar, além de ser um espaço de troca. Um bom exemplo dessa troca é a SIAC. Dessa forma, a extensão é, também, uma via de mão dupla que se adapta, cria e transforma espaços, tanto levando conhecimento da universidade para a cidade, quanto trazendo de volta através de seus envolvidos.
A extensão se apresenta de maneiras diferentes dentro da nossa universidade, instituindo uma outra cultura de relação, esse hábito de fazer extensão precisa ser melhor difundido. Dentre os tópicos levantados durante o debate, os mais significativos se reúnem apontando a falta de articulação entre a política cultural e a extensão na UFRJ. Com 192 ações de cultura – dentre elas cineclubes, exposições, performances, contações de histórias, peças de teatro, espetáculos de dança, concertos e seminários -, a Pró-Reitoria de extensão tem um vínculo forte com as atividades culturais praticadas na UFRJ. No entanto, a dificuldade de divulgação, engajamento, articulação e compartilhamento entre centros diminui o diálogo e a integração com a cidade.
As atividades culturais, não só atividades artísticas ou recreativas, vão um pouco mais além do que essa circunscrição, que tem reconhecimento comum. Assim, para as atividades culturais, importa a mudança de significado e a alteração da frequência dos repertórios. É, dessa forma, ação de atuar, como contraparte da extensão, bem como da graduação e da pós-graduação. Os seus métodos de abordagens, os estabelecimentos de planos e de ações e a definição do público-alvo, contudo, são sempre mais próximos dos mesmos indicadores da extensão. Isso talvez se deva ao fato de que um dos elementos da extensão é também a comunicação do conhecimento. E, portanto, de alteração de significado.
A criação de mecanismos que otimizem o acontecimento das ações da extensão e das atividades culturais, tais como uma plataforma de divulgação de eventos intra e extra-muros universitários – uso mais engajado da Rádio, considerando o grande potencial do canal de divulgação da UFRJ – e o mapeamento e levantamento das atividades e equipamentos culturais na universidade, foi a principal sugestão de desenvolvimento de integração e engajamento da cultura com a extensão na UFRJ.
Como os assuntos dessa importância não se esgotam com uma única roda de conversa. Se afirmou a necessidade de manutenção das conexões e diálogos a esse respeito.
Ao final, o Grupo Moitará apresentou uma cena-poema, compartilhando um pouco sobre a linguagem da Máscara no teatro, técnica ainda recente no Brasil. Resultado de um processo de pesquisa, confecção e desenvolvimento de pensamentos e técnicas, a máscara faz com que o ator encontre a palavra no corpo, em partes que nunca falaram, para atuar. Isso ficou evidente na explanação do Venício Fonseca e na encenação da Érica Rettl.